" Respeitar é preciso "
O risco das orientações superficiais, como exigir que as crianças peçam
desculpas automaticamente depois de algum conflito, pode cristalizar práticas
estereotipadas se o cuidado e o respeito para com o outro não forem valores
realmente vivenciados e observados por elas no cotidiano.
Desculpas e
agradecimentos podem se tornar expressões verbais, vazias de sentido,
utilizadas apenas formalmente. Se o exercício da violência moral ocorre de
forma reiterada e com razoável frequência nas instituições escolares, é
importante evitar uma interpretação simplista, atribuindo essa prática a um ou
dois alunos “vilões” e sair em sua busca pelos corredores da escola.
Mais
produtivo, é olhar para a complexidade da situação e para os valores que são
transmitidos pela escola e reproduzidos pelos alunos, expostos em muitos
contextos: nas escolhas curriculares e na forma de apresentá-las; nos
instrumentos de avaliação; na maneira como os adultos se dirigem aos alunos;
nos cuidados que demandam, tanto do
ponto de vista da aprendizagem, quanto ao que se refere às relações
interpessoais.